segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Ser ou não ser... Só?


Acredito que para a maioria das pessoas a solidão seja apenas um estado passageiro. Para mim, entretanto, sempre foi uma constante. E apesar de estar sempre pensando a respeito, eu nunca tive uma ideia estável sobre ser só. Hora eu dizia "ah, sou acostumada com a solidão, fico melhor assim", hora estava chorando as pitangas da "insensibilidade deste mundo horrível em que as pessoas não se aproximam e em que ninguém se importa com ninguém, meu-Deus-quero-casar-ter-filhos-ser-feliz-para-sempre-mas-não-pego-nem-cordeiro-em-Carnatal". Confusão braba.

Resolvi escrever a esse respeito numa tentativa de finalmente definir, ou esclarecer como me sinto e o que busco em termos de vida social/sentimental. Não que agora eu tenha sido forçada a tomar decisões importantes ou tenha passado por alguma grande mudança. Apenas estou tentando não cometer os mesmos erros de sempre e para isso eu preciso ser mais segura. E o primeiro passo é descobrir o que quero (é, já falei sobre isso no contexto profissional, agora vamos analisar a dimensão #foreveralone do problema).

A grande novidade do ano é que eu finalmente admito ter vivido boa parte da vida negando a dor que a solidão me provoca. Eu enfim reconheço que 80% dos meus momentos de drama e sofrimento foram causados pela angústia de querer me livrar dela. Eu dou o braço a torcer e aceito que não quero ser só, que minha companhia não me basta, que eu preciso dos outros para ser feliz. Isso mesmo, afirmo sem culpa, sem hipocrisia, sem discurso feminista de mulher moderna autossuficiente.
O motivo dessa necessidade, por outro lado, não é lá muito saudável: preciso estar no meio dos outros para escapar do sufoco dos meus próprios pensamentos. Paradoxal, pois as ideias que mais me atormentam são as que envolvem a convivência com outras pessoas, suas expectativas, supostos julgamentos e seguidas conclusões de que sou inadequada pro resto do mundo. E então sinto falta do conforto da solidão... Mas que conforto é esse que só dura 5 minutos?
Esta sou eu percebendo que transformei a coisa que deveria ser mais natural na experiência humana, mais simples que aprender a andar, no meu maior problema. Alô, sádico que escolheu os traços do meu personagem no The Sims Planeta Terra, você é mais doente que eu!
Mas veja só, apesar de estar jogando no modo HARD, finalmente estou conseguindo me organizar no meio dessa bagunça de complexos. Percebo que para todo o resto parecer mais simples, eu preciso partir do seguinte ponto: dar mais importância a coisas do que a pessoas. Não, isso não significa que eu esteja virando o novo Hitler. Eu PRECISO parar de me sentir responsável/culpada o tempo todo pelo que os outros supostamente pensam de mim, o que já se tornou uma obsessão (e eu não me orgulho nenhum pouco disso).
Se eu conseguir apenas aproveitar a companhia das outras pessoas, sem me preocupar com supostos julgamentos, estará resolvido (em tese) o problema do desgaste em convivência (em situações normais), e ficar sozinha deixará de ser um tormento, já que ao menos terei me livrado do medo das expectativas e opiniões alheias.

Apesar disso tudo parecer meio evidente, esta é a primeira vez em que tento encontrar uma lógica na confusão e simplificar com o objetivo de resolver de verdade, sabe? Minha conclusão, portanto, é a seguinte: devo parar de pensar no que não existe (e no que, se porventura existir, meu pensamento não poderá mudar). Esse é um conselho batido, inclusive sempre o contestei dizendo que não consigo controlar meus pensamentos, que é impossível não pensar em algo ("não te dizer o que eu penso, já é pensar em dizer", música sonolenta qualquer dos Los Hermanos). Mas sabe de uma coisa? Estou cansada de me culpar, de pensar por mim e pelos outros. Esgotada. Se ainda não atingi o ponto de exaustão das complicações imaginárias, estou muito perto. Das duas, uma: ou passo a pensar e me comportar como pessoa normal, ou endoido de vez. Juro que o negócio aqui tá tenso, mas vou tentar ser uma pessoa normal. Não espero ser feliz o tempo todo, porque né, nunca tive vocação pra Poliana. Só espero ter tranquilidade, paz mental ou dar bom dia pro porteiro sem ficar 5 minutos sofrendo com o que ele supostamente pensa de mim pela forma como cheguei em casa na noite passada. *Namastê*

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