sábado, 3 de dezembro de 2011

Maturidade ade ade...

Cada erro cometido por mim parece acrescentar dez quilos de responsabilidade às novas decisões que preciso tomar... De um jeito que a tal da experiência parece que mais atrapalha que ajuda.
Pode uma coisa dessas? 

É como se os erros passados resolvessem concentrar-se todos na figura de um fantasma mal-encarado que me segue pra cima e pra baixo, pronto pra me humilhar se eu resolver fazer mais uma escolha que se revele hipoteticamente pior do que a outra que eu havia cogitado. Afinal, SE eu tivesse seguido o outro "SE", estaria muito melhor agora, claro.
E também é óbvio que as infinitas probabilidades da vida serão sempre probabilidades, nunca certezas. Certa nessa história é só a loucura de querer controlar passado, presente e futuro do pretérito.
 
A voz da experiência deveria ser: "Você decidiu, aceite. Que venham as futuras decisões, os outros caminhos. Aquele ficou pra trás. Siga tranquila e confie em si." 
Em vez de palavras serenas, a minha experiência resmunga: "Não erre, você não tem mais idade pra arrependimentos, nem desculpa pra ingenuidades! A vida tá passando, você tá ficando pra trás! Tá fazendo errado novamente! Se tivesse agido do outro modo, teria dado certo, sua irresponsável!"
Olha, parece que tomar decisões é muito mais difícil hoje do que há alguns anos. Decisões bobas, até.
Isso tudo me faz pensar que na vida existe a seguinte escala de maturidade:

1. não saber qual é coisa certa a ser feita (o errado não é tão claro, decisões são mais leves); 
2. saber, porém não querer/conseguir fazer o que é certo (não se está preparado pro correto);
3. saber e tentar fazer o certo, com alguma dificuldade;
4. saber e conseguir fazer a coisa certa, com tranquilidade, OU se conformar com a própria estupidez e viver sob o fardo das frustrações pro resto da vida

Estou vagando entre os níveis dois e três. Será que a consciência da situação me faz avançar alguma casa?
Ou será que a consciência da situação vai me mandar prender  numa camisa de força até o fim do jogo?
Não sei. Ou eu complico demais, ou sou a pessoa mais errada das galáxias.
Mas poxa, como não me preocupar com cada passo, se minha vida é agora e eu só tenho ela?
Aceito sugestões.

PS: Como quase todas as postagens deste cafofo, este é um texto-desabafo que escrevo na tentativa de conter o impulso de conversar com alguém sobre o tema, já que as pessoas ou tentam (em vão) passar a mão na minha cabeça, ou acabam sendo contagiadas pela negatividade, coisas que tenho tentado evitar. Funciona. (+1 casa)

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

90's

Adoro baladinhas dos anos 90.

Importância esquecida


Gosto de pessoas que se importam. E pessoas que se importam estão em vias de extinção.
Lembra da época em que você costumava mandar cartas? E gravar um CD pro amigo com uma coletânea de músicas e customizar a capa? Sabe a ligação telefônica sem motivo, só pra conversar aleatoriedades?
Sorrio por dentro e me sinto tomada por um misto de felicidade, por ter tido a alegria de colocar essas coisas na minha caixinha de memórias, e tristeza, por perceber o quão raras essas pequenas demonstrações de afeto têm se tornado.

Pergunto-me se o motivo seria a chegada da *idade adulta* (pff). Tá todo mundo muito ocupado tentando cuidar da própria vida e pagar as contas? Ou será que, com o passar do tempo e mudanças de rotina, já se viu tanta gente indo e vindo que nenhum sentimento mais é digno de esforço, afinal a experiência demonstra que "fulano também vai passar"?
Prontinha uma torta de vida adulta amarga, com recheio de preguiça, flocos de comodismo e coberta de solidão em calda, aceita um pedaço?
Não sei se preciso falar que me enquadro nas assertivas (er, com a ressalva de que ainda preciso ter minhas próprias contas pra pagar). Também tenho notado que todos os conhecidos que vivem num contexto parecido com o meu, salvo raras exceções, estão infelizes. E muitas dessas pessoas, em algum grau, sofrem com a solidão.

Tenho pensado bastante nisso e em como posso fazer pra tentar recuperar as relações (de verdade! inteiras!) de tempos passados.
Eu que sempre detestei telefone tenho tentado dar um bom uso à minha promoção Infinity (e testado minha paciência com a eficiente Tim, a propósito), resolvendo fazer ligações que há muito vinha adiando. Sem motivo, sem hora marcada. Só pra conversar.
Taí uma desgraça que a internet tem feito: ninguém mais se dedica exclusivamente a uma conversa. Você pode até esperar ansiosamente por aquela pessoa em especial, mas é diferente "esperar" que alguém apareça, de ter a iniciativa e a atitude de: "ei, estou ligando porque quero falar, SÓ FALAR, com você - não jogar, ler o texto que salvei nos favoritos há 3 meses, ou ver as imagens idiotas que postam no facebook. E SÓ COM VOCÊ, não com os contatos que estão piscando em janelas de quatro chats diferentes".
Vocês estão vendo a gravidade, amigos? Receber atenção exclusiva em uma conversa tem se tornado artigo de luxo hoje em dia! Quem consegue competir com um smartphone?

As facilidades proporcionadas pelos meios de comunicação e redes sociais modernos são essenciais, sim. Ninguém mais conseguiria viver sem eles, então não vou pregar que todo mundo jogue o IPhone 5 na parede. Mas fico saudosista lembrando dos tempos (sim, eu era pequena, mas lembro de algumas coisas), em que as pessoas tinham que comprar fichas ou cartões pra ligar do orelhão da esquina. Imagina como seria conhecer uma pessoa "bacana" naquela época? Um achado, vamos casar logo! OK, sem extremos, mas as pessoas valorizavam os encontros, né? E a ansiedade de esperar uma carta? A delicadeza de cada detalhe pensado, da emoção posta na letra (sim, dava pra notar isso)... Sinto falta. Eu me pergunto se não seria demasiada ingenuidade de minha parte esperar por pessoas que ainda valorizam pequenos detalhes, pequenos gestos de dedicação e atenção. Do que adianta trabalhar tanto o intelecto, saber de tudo que se passa no mundo, ser amigo até da Jujuzinha da 3a série no Facebook, se pra você uma pessoa é só mais uma pessoa? Só mais uma pra escutar seus dramas banais no MSN, só mais uma de quem você escuta os mesmos mimimis e se sente útil, achando que fez mais que o suficiente. Qualquer pessoa, tanto faz. Penso que ninguém mais tem amigos, só tem internet. A amiga é a internet, não é a pessoa que eventualmente aparece pra conversar com você no chat. Aquela pessoa que virou contato virtual dificilmente fará parte da sua vida de verdade, porque você só conversa com ela por não ter absolutamente nada melhor pra fazer. E se vier a ser importante, que tipo de pessoa é você que tem tempo pra catar gente legal na internet? Certeza que muitos amigos reais estão sendo esquecidos (experiência própria).

Não sei vocês, mas eu percebo quando me enxergam como "mais uma que vem e vai", ou mais um contato virtual.
E infelizemente o peso da reflexão, frequente, muitas vezes acaba recaindo sobre uma pessoa só, geralmente o coitado do paquera da vez (prefiro "paquera" a "peguete", sorry). Porque dos amigos que estão sempre ali, eu consigo aceitar o comportamento. Se eles suportam minha presença capenga, por que não devo aceitar a deles? É via de mão dupla. Mas quando se trata de um relacionamento amoroso/sexual/wtf, o cara tem que PROVAR que vai estar sempre ali e que se importa, afinal se não é pra mergulhar de cabeça, melhor nem começar. Aí o problema se agiganta. Porque nem todo mundo compreende ou precisa dessa profundidade. O que é profundo pra ela, pode não passar de uma piscina infantil de plástico pra você. E a regra hoje em dia, esse é meu ponto, são os baixos padrões.

Aiai... Devo me sentir feliz por ter vivido coisas lindas que me transformaram em alguém com padrões elevados de satisfação, ou triste, por constatar que a maioria das coisas que considero importantes são tidas como bobagens-adolescentes/romantismo-que-não-significa-nada?

Acho que nunca consegui me contentar com pouco. Se me esforço, preciso receber atenção na mesma medida (no mínimo!). E, falando especificamente do campo amoroso/sexual/wtf, sei que JAMAIS vou conseguir ser feliz com alguém que claramente não se importa comigo. O que é um inferno, afinal os que demonstram se importar demais no início geralmente são canalhas falsos. E os que não dão tanta atenção no começo, acabam me entediando ou me afastando, porque os julgo frios. Aceita o desafio de me desencalhar, vida? É, concessões recíprocas, blablablá, vamos ver o que aparece. Esperanças, ainda as tenho, acredite se quiser.

Chego à conclusão, partindo da análise de meu próprio comodismo e de minha solidão, de que a apatia do mundo tem me afetado e eu sinto que preciso mudar. Preciso estar disposta a fazer pelos outros (de que gosto) tudo que espero que façam por mim, sem dúvidas. Esse vazio que sinto aqui e acolá vem disso. Preciso procurar os outros, preciso que saibam que podem contar comigo e evitar que mais pessoas maravilhosas fiquem pelo meio do caminho. Sem insegurança, afinal, gosto de quando lembram de mim mesmo que eu esteja desaparecida me escondendo em minha bolha. Por que os meus amigos vão achar incômoda a atenção que surpeendentemente resolvi dar? Este é um medo que eu preciso vencer.

Cada pessoa é um mundo. Cada pessoa tem suas dores, cada pessoa faz o melhor que pode, dentro de suas possibilidades. Ter seu valor reconhecido é uma das melhores sensações. Se determinada pessoa faz parte do seu universo, se é uma parte FELIZ do seu universo, trate de demonstrar. Não faça da sua vida um Twitter, um MSN, em que qualquer pessoa interage, mas não passa de um contato qualquer: se aparece ou não, tanto faz... Que coisa mais triste!
Afeto importa. Atenção importa. Contato físico importa. GENTE importa.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Ser ou não ser... Só?


Acredito que para a maioria das pessoas a solidão seja apenas um estado passageiro. Para mim, entretanto, sempre foi uma constante. E apesar de estar sempre pensando a respeito, eu nunca tive uma ideia estável sobre ser só. Hora eu dizia "ah, sou acostumada com a solidão, fico melhor assim", hora estava chorando as pitangas da "insensibilidade deste mundo horrível em que as pessoas não se aproximam e em que ninguém se importa com ninguém, meu-Deus-quero-casar-ter-filhos-ser-feliz-para-sempre-mas-não-pego-nem-cordeiro-em-Carnatal". Confusão braba.

Resolvi escrever a esse respeito numa tentativa de finalmente definir, ou esclarecer como me sinto e o que busco em termos de vida social/sentimental. Não que agora eu tenha sido forçada a tomar decisões importantes ou tenha passado por alguma grande mudança. Apenas estou tentando não cometer os mesmos erros de sempre e para isso eu preciso ser mais segura. E o primeiro passo é descobrir o que quero (é, já falei sobre isso no contexto profissional, agora vamos analisar a dimensão #foreveralone do problema).

A grande novidade do ano é que eu finalmente admito ter vivido boa parte da vida negando a dor que a solidão me provoca. Eu enfim reconheço que 80% dos meus momentos de drama e sofrimento foram causados pela angústia de querer me livrar dela. Eu dou o braço a torcer e aceito que não quero ser só, que minha companhia não me basta, que eu preciso dos outros para ser feliz. Isso mesmo, afirmo sem culpa, sem hipocrisia, sem discurso feminista de mulher moderna autossuficiente.
O motivo dessa necessidade, por outro lado, não é lá muito saudável: preciso estar no meio dos outros para escapar do sufoco dos meus próprios pensamentos. Paradoxal, pois as ideias que mais me atormentam são as que envolvem a convivência com outras pessoas, suas expectativas, supostos julgamentos e seguidas conclusões de que sou inadequada pro resto do mundo. E então sinto falta do conforto da solidão... Mas que conforto é esse que só dura 5 minutos?
Esta sou eu percebendo que transformei a coisa que deveria ser mais natural na experiência humana, mais simples que aprender a andar, no meu maior problema. Alô, sádico que escolheu os traços do meu personagem no The Sims Planeta Terra, você é mais doente que eu!
Mas veja só, apesar de estar jogando no modo HARD, finalmente estou conseguindo me organizar no meio dessa bagunça de complexos. Percebo que para todo o resto parecer mais simples, eu preciso partir do seguinte ponto: dar mais importância a coisas do que a pessoas. Não, isso não significa que eu esteja virando o novo Hitler. Eu PRECISO parar de me sentir responsável/culpada o tempo todo pelo que os outros supostamente pensam de mim, o que já se tornou uma obsessão (e eu não me orgulho nenhum pouco disso).
Se eu conseguir apenas aproveitar a companhia das outras pessoas, sem me preocupar com supostos julgamentos, estará resolvido (em tese) o problema do desgaste em convivência (em situações normais), e ficar sozinha deixará de ser um tormento, já que ao menos terei me livrado do medo das expectativas e opiniões alheias.

Apesar disso tudo parecer meio evidente, esta é a primeira vez em que tento encontrar uma lógica na confusão e simplificar com o objetivo de resolver de verdade, sabe? Minha conclusão, portanto, é a seguinte: devo parar de pensar no que não existe (e no que, se porventura existir, meu pensamento não poderá mudar). Esse é um conselho batido, inclusive sempre o contestei dizendo que não consigo controlar meus pensamentos, que é impossível não pensar em algo ("não te dizer o que eu penso, já é pensar em dizer", música sonolenta qualquer dos Los Hermanos). Mas sabe de uma coisa? Estou cansada de me culpar, de pensar por mim e pelos outros. Esgotada. Se ainda não atingi o ponto de exaustão das complicações imaginárias, estou muito perto. Das duas, uma: ou passo a pensar e me comportar como pessoa normal, ou endoido de vez. Juro que o negócio aqui tá tenso, mas vou tentar ser uma pessoa normal. Não espero ser feliz o tempo todo, porque né, nunca tive vocação pra Poliana. Só espero ter tranquilidade, paz mental ou dar bom dia pro porteiro sem ficar 5 minutos sofrendo com o que ele supostamente pensa de mim pela forma como cheguei em casa na noite passada. *Namastê*

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Drops de felicidade



De vez em quando aquele realismo preto-e-branco de gosto amargo dá lugar a uma vontade urgente de explorar todas as coisas boas que existem no mundo de uma vez só.

E por mais longe que elas estejam, a doce certeza de que a felicidade é possível (e tão real quanto a minha liberdade para antigi-la) me parece suficiente.

Sonhar com essa realidade é sentir o gostinho da vida que me espera. Sentir o abraço de um vento rápido que me sussura sobre a beleza das cores que nunca vi, sobre o sabor intenso do amor nunca provado e bagunça meus cabelos com entusiasmo ao contar da delícia que será viver tudo isso.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Haven't Met You Yet - Michael Bublé

A música fala por si :)



I'm not surprised
Not everything lasts
I've broken my heart so many times,
I stop keeping track.
Talk myself in
I talk myself out
I get all worked up
And then i let myself down.

I tried so very hard not to lose it
I came up with a million excuses
I thought, I thought of every possibility

And I know someday that It'll all turn out
You'll make me work, so we can work, to work it out
And I promise you kid, that I'll give so much more than I get
I just haven't met you yet

I might have to wait
I'll never give up
I guess It's half timing
And the other half's luck
Wherever you are
Whenever it's right
You come out of nowhere and into my life

And I know that we can be so amazing
And baby your love is gonna change me
And now I can see every possibility

And somehow I know that it will all turn out
And you'll make me work, so we can work, to work it out
And I promise you kid, I'll give so much more than I get
I just haven't met you yet

They say all fair
And in love and war
But I won't need to fight it
We'll get it right
And we'll be united

And I know that we can be so amazing
And being in your life is gonna change me
And now I can see every single possibility

And someday I know it'll all turn out
And I'll work to work it out
Promise you kid, I'll give more than I get
Than I get, than I get, than I get

Oh you know it'll all turn out
And you'll make me work, so we can work, to work it out
And I promise you kid, to give so much more than I get
Yeah I just haven't met you yet

A importância de ser alguém


"O quê você quer ser quando crescer?"

Aposto uma trufa de brigadeiro em como você já teve a resposta pra essa pergunta na ponta da língua. Eu já tive várias, cada uma mais convicta que a outra. Enquanto meus dentes de leite caíam, cheguei a responder que gostaria de ser professora, veterinária e dubladora de desenhos animados.
E hoje, quando dão uma de Orkut e lhe fazem a indagação "quem é você?", qual a sua resposta? Pra mim, responder que é "estudante de engenharia vulcânica feliz e de bem com a vida", ou o pior de todos: "ADVOGADO", sempre foi um atestado de babaquice (se você que está lendo isso se define como tal, não se ofenda ainda, prometo que sairá ganhando no final do post).
Passei maior parte da vida convencida de que se enquadrar num determinado estereótipo, ou reduzir-se a apenas um dos vários aspectos da vida, era sinal de falta de personalidade. Ou seja, sempre confundi erroneamente autoconhecimento (coisa linda de Deus) com a assunção de um rótulo (alerta ridículo! alerta ridículo!), duas coisas completamente diferentes. Resultado: hoje enxergo um letreiro neon com a palavra "PERDIDA" piscando em minha testa. Se eu for parar para contar os rumos que já pensei em tomar na vida só este ano, devo somar uns 10, no mínimo. E o único caminho que sigo é da minha cama pro banheiro, da cama pra cozinha e da cama pra terapia (resolvi criar vergonha na cara e fazer em vez de alugar os coitados dos meus amigos como se fosse a evangélica louca que pegou a cadeira vizinha no busão).
Amigos, saber quem você é e o que você quer da vida aparentemente importa. E muito. Por isso eu invejo você, advogado feliz e de bem com a vida torcedor do Atlético de Poranguá do Norte. Eu já fiz muitas escolhas nessa vida, mas infelizmente nenhuma delas revela quem eu sou. Gosto de muitas coisas, mas não tenho paixão por nenhuma delas. E, pensando melhor, talvez o motivo dessa falta de definição seja exatamente baixa autoestima, que me faz menosprezar todo e qualquer traço de personalidade genuinamente meu que venha a se manifestar.
"Grande novidade, você não é a primeira mocinha de vinte e poucos que não sabe pra onde vai. É só uma fase passageira." OK, oráculo invisível da sabedoria, sei que o Sr. está coberto de razão.
Já sei do meu problema há muito tempo, mas só agora descobri sua causa. Sei que não posso mais continuar seguindo um caminho determinado só porque alguém disse que seria melhor, pois isso já não é mais suficiente. Na vida adulta, muitas vezes nos deparamos com uma série de caminhos, e somos obrigados a fazer escolhas que requerem muito mais responsabilidade que um pedido de lanche no Mc Donalds.
"Ser alguém" não é necessariamente ter status, dinheiro ou reconhecimento. É basicamente saber o que lhe agrada e o que lhe é insuportável. Ter certeza a respeito de suas principais virtudes e limitações. Se não descobrir o seu valor, você nunca passará de uma pessoa insegura, vulnerável às adversidades da vida e à opinião alheia.
Não é possível que nesses 23 anos de vida eu não tenha algo que me seja peculiar, que me defina e que possa me ajudar a encontrar segurança nas escolhas que tenho a fazer daqui pra frente. Acredito que o primeiro passo para conseguir essa definição seja prestar mais atenção e dar a devida importância a coisas que normalmente eu desprezaria, como minha opinião sobre assuntos do cotidiano. "Mas como assim você não valoriza sua própria opinião?" Como ser pensante que acredito ser, apesar dos pesares, obviamente apresento diferentes reações ao que acontece à minha volta, seja negativa/postivamente/com indiferença. Como tenho o costume de me menosprezar, sempre partindo do pressuposto de que meu pensamento e o de uma mosca possuem o mesmo nível de influência no Universo, acabo não atentando para nenhum dessas ideias e deixo de desenvolver raciocínios completos. Logo, quase todas as minhas "opiniões" nunca passam de meras impressões (vide o nome do blog), de achismos ou de ideias inacabadas. E eu nunca passei de uma pessoa insegura que não sabe ao certo o que quer.
Tenho chegado à conclusão de que a chave para se fazer a escolha menos passível de arrependimentos posteriores é seguir o caminho que mais se identifica com quem você é. Qualquer um que aparente ser mais conveniente do que aquele que mais lhe deixa à vontade ou aquele com que você sempre sonhou (nível de breguice subindo a níveis estratosféricos) não passa de uma ilusão. É melhor investir um certo tempo pensando a esse respeito do que viver uma vida que não lhe pertence, arriscando perder seu precioso tempo com algo que no fundo você sabe que não quer (condição de que quero me livrar). Daqui pra frente pretendo trabalhar minhas convicções, vontades e gostos. Se eu tiver que mudar de opinião, o que é natural, trocarei uma postura bem definida por outra, não por um lugar em cima do muro.
Sei que pra muitas pessoas, especialmente pras que rejeitam qualquer coisa voltada pra autoajuda, este texto não traz absolutamente nenhuma novidade. Se é esse o seu pensamento, meus parabéns. Você provavelmente é uma pessoa decidida, de personalidade forte, que deve estar satisfeita com as opções que fez na vida. Almejo o mesmo e pretendo começar a busca fazendo uma significativa mudança no meu vocabulário, abolindo o verbo "achar" e toda a fraqueza que ele carrega. Não quero achar, quero (me) encontrar.

Autossabotagem

"She doesn’t want to succeed, because she doesn’t think she can. So she goes out of her way to fail. That’s crazy!" (Community. Ep. 1x05)


quarta-feira, 13 de julho de 2011

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Lindo Perfeito Nosso Senhor


Boa parte dos estudantes de Direito adora anunciar que é ESTUDANTE DE DIREITO. Como se fosse superior ao resto da humanidade e como se o curso requeresse uma sabedoria ímpar (vide baixas quantidade e qualidade dos formados).
Pra quem não sabe, eu sou advogada, recém-formada e não praticante (ainda). Ao contrário da maioria dos colegas que orgulha-se em proclamar a condição de "doutor", quando me perguntam o que eu faço da vida prefiro explicar que estou apenas estudando a dizer que sou advogada. Sei que enquanto eu não estiver segura, na prática, vou continuar com receio de afirmar que sou. Na faculdade, também contrariando a maioria, não me orgulhava de falar que era estudante de Direito.
Já deve ter dado pra perceber que eu não sou nenhum exemplo de vocação e paixão pela profissão que escolhi, não é? De fato, não me sinto muito à vontade no Direito (mesmo sabendo de toda sua beleza, importância, nobre missão etc.). Reconheço que parte disso se deve a inseguranças pessoais. É bem provável que eu venha convertendo as frustrações da falta de vocação em rancor e, como consequência, criticando os coleguinhas felizes e demasiado empolgados. No entanto, tenho certeza de que o fator que mais me causa desconforto (ou melhor, nojo!) no mundo jurídico é um mal que acomete parcela considerável dos "nobres colegas": EGO FAMINTO DO TAMANHO DO UNIVERSO!
Se o estudante é considerado semi-deus, o juiz/procurador/autoridade-rica-aleatória é divindade absoluta! E, como divindade que se preze, merece todas as homenagens dos mortais. Pobres doutores mortais que mendigam atenção (migalhas de influência?) a todo momento... O jus bajulandi desconhece o princípio da impessoalidade da Administração Pública.
Nesse círculo de puxa-sacos e egos inflados, acaba-se confundindo respeito e reverência com adulações pessoais excessivas. A meu ver, o respeito a uma autoridade prescinde de elogios ou congratulações pelo simples cumprimento de um DEVER. Não se trata de um favor, trata-se do exercício de uma função pública, remunerada (e muito bem remunerada, a propósito) com recursos de toda a sociedade.
É importante que sejam reconhecidos e elogiados os avanços de uma instituição (seja MP, Judiciário ou Polícia), a obra de um estudioso/doutrinador/cientista, boas teorias... Mas elogiar e parabenizar Doutor Fulano de Tal pelo simples cumprimento de sua obrigação é desnecessário e prejudicial ao sistema, à medida que fere o princípio da impessoalidade da Administração Pública e, de certa forma, atenta contra a imparcialidade do juiz (ou da instituição).
Ainda que discordem desses argumentos, há o seguinte (e incontestável): puxa-saquismo é ridículo e muito chato! Feitos publicamente, elogios desnecessários dirigidos a gente "importante" sempre revelam algum intere$$e por trás. Só quem perdeu o bom-senso (deixando-se cegar pela doutorzite?) é capaz de apreciá-los.

Apesar de todo esse blablablá, tenho plena consciência de que os deuses estão bastante satisfeitos com a situação. Os semi-deuses, por sua vez, se encarregam de dar continuidade ao sistema, pois almejam não só os rios de dinheiro (que, sem hipocrisia, eu também quero!), mas principalmente o status (com os súditos idiotas no pacote). Se algum dia eu precisar babar ovo pra conseguir alguma coisa, tou lascada... É por essas e outras que o Direito - prático - não me desperta paixão alguma.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Música: Train - "Drops Of Jupiter"

Quem costuma se hospedar na Lua e dar umas voltinhas pelo espaço de vez em quando vai gostar desta música:



Drops of Jupiter - Train

Now that she's back in the atmosphere
With drops of jupiter in her hair
She acts like summer and walks like rain
Reminds me that there's a time to change
Since the return of her stay on the moon
She listens like spring and she talks like june
But tell me did you sail across the sun
Did you make it to the milky way
To see the lights all faded
And that heaven is overrated
Tell me, did you fall from a shooting star?
One without a permanent scar
And did you miss me
While you were looking for yourself out there

Now that she's back from that soul vacation
Tracing her way through the constellation
She checks out mozart while she does tae-bo
Reminds me that there's room to grow
Now that she's back in the atmosphere
I'm afraid that she might think of me as
Plain old jane told a story about a man
Who was too afraid to fly so he never did land

But tell me did the wind sweep you off your feet
Did you finally get the chance to dance along the light of day
And head back to the milky way
And tell me did venus blow your mind?
Was it everything you wanted to find?
And did you miss me
While you were looking for yourself out there

Can you imagine, no love, pride, deep fried chicken
Your best friend always stickin up for you
(even when i know you're wrong)?
Can you imagine no first dance
Freeze dried romance
5 hour phone conversation
The best soy latte` that you ever had and...me?

But tell me did the wind sweep you off your feet?
Did you finally get the chance to dance along the light of day
And head back toward the milky way?
Tell me did you sail across the sun?
Did you make it to the milky way to see the lights all faded
And that heaven is overrated?
Tell me did you fall for a shooting star,
One without a permanent scar?
And did you miss me while you were looking for yourself
Nanananananananananananana

And did you finally get the chance to dance along the light of day?
And did you fall for a shooting star?
Fall for a shooting star?
And are you lonely looking for yourself out there?

sábado, 4 de junho de 2011

Livros favoritos de 2011 (até agora)

Uma das metas que estabeleci para 2011 foi ler pelo menos um livro (não jurídico) por mês. Até agora estou conseguindo cumprir direitinho (viva eu!). Quando o tempo tá apertado, eu leio um livro fininho e dá certo. Farei postagens separadas sobre os três que mais gostei até o momento: Queda de Gigantes (Ken Follet), Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil (Leandro Narloch) e A Última Grande Lição (Mitch Albom). Começando por Queda de Gigantes.

Queda de Gigantes é um romance histórico que narra os fatos que mais marcaram o início do Século XX, começando pelas primeiras mobilizações operárias na Inglaterra e pelo Domingo Sangrento na Rússia, até a Revolução Russa e o fim da I Guerra Mundial. Gente, esse livro é uma verdadeira aula de história! São 912 páginas, então se você não tem paciência ou não gosta de história, eu não recomendaria. O romance mistura personagens reais e fictícios, integrantes de vários núcleos que vão se entrelaçando ao longo da narrativa. Operários ingleses, aristocratas, diplomatas, o sonho de liberdade na américa, nobres alemães, a pobreza russa, batalhas... São tantos núcleos diferentes e a história é tão complexa, que eu não me prendi aos personagens e à leitura logo no início, mas quando isso aconteceu a leitura se tornou bastante agradável, principalmente em função do lado romance do livro. Eu me emocionei muito com o amor proibido do casal Walter e Maud, com as batalhas e com o russo Grigori (não vou dar spoilers, mas o coitado passa a maior parte do livro se dando mal). O único contra, na minha opinião, é o fato de o autor em algumas partes relegar a ficção a segundo plano, o que torna a leitura um pouco maçante (quando descreve votações no parlamento inglês, retratando a luta pelos direitos trabalhistas e femininos, por exemplo). Por ser um livro bastante longo e ter muitos núcleos, às vezes eu tinha vontade de pular determinado capítulo e ver logo o que ia acontecer com os meus personagens favoritos. No geral, achei um livro excelente, do tipo que deixa saudades quando acaba. Emocionante e didático ao mesmo tempo. Super recomendo!
Ah, vale dizer este é o primeiro livro de uma trilogia sobre os acontecimentos do Século XX. Os outros dois livros ainda não foram publicados. O próximo será sobre a II Guerra Mundial.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Pessoas sorriso



Nunca fui de cultivar desafetos, raramente detestei pessoas sem motivo. Apesar disso, muito cedo descobri um tipo que definitivamente não me agrada: as pessoas sorriso. Quem nunca conheceu alguém que mais parece uma dessas batatas da foto? Sempre (sempre!) com um sorrisinho vazio no rosto. Não estou falando das pessoas naturalmente alegres, alto-astral. Essas, verdadeiramente simpáticas, se diferenciam do resto pela notável espontaneidade. Tenho o prazer de conhecer algumas pessoas assim e chamá-las de amigos. Alguns podem pensar que se sentir mal com o sorriso alheio é pura inveja, mas, acredite, não é esse o caso. Para ilustrar vou falar sobre a minha primeira experiência com uma pessoa sorriso.


Estava eu na 3a série do primário (naquele tempo era primário mesmo, cês sabem), mosquinha morta como ninguém, quando chegou na turma uma aluna novata, vinda de uma capital próxima. Todos os coleguinhas ficaram curiosos e cercaram a menina, que era sorridente com todos e super comunicativa. Muito madura pra idade e mais inteligente que a média, a novata logo virou uma espécie de líder entre as crianças. Eu fiquei curiosa pra conhecê-la, como os demais, mas desde o início senti que algo não me agradava naquela menina. Com o passar do tempo, percebi nela um traço diferente: ela sorria o tempo todo! Não importava se estava dando bom dia, pedindo pra lhe passarem um lápis, se acertava uma bolada em alguém na educação física, se estava me chamando de feia, furando a fila da cantina... Sempre. O mesmo sorriso para todas as pessoas, em todas as situações. Era estranho. Mas parecia que só eu achava aquilo. Ela vivia rodeada de amigos.

O sorrisinho psicopata nunca engana. Essa doce menina foi a mentora de um dos meus traumas de infância (bullying, para ser exata). Em resumo: meu desenho foi escolhido pra ilustrar a camiseta da feira de ciências, no lugar do desenho do galã-mirim da sala. Foi o primeiro momento em que a vi a menina sorriso raivosa (o segundo eu deixo pra contar no final).

Enfim, a coleguinha meiga fez uma "réplica" do meu desenho no quadro e reuniu as seguidoras para proclamar um boicote à camiseta, pois ela não valia 50 centavos, o boneco que eu havia desenhado tinha nariz de pés de pinto (pior que tinha) e o desenho do Ricardinho* era muito mais lindo. Quando descobri, senti a maior raiva da história de meus 9 anos. Comecei a chorar e, pela primeira vez, fui parar na Coordenação da escola. Foi assim que aconteceu:

Coordenadora "preocupadíssima" com a situação: _ Menina sorriso, é verdade que foi você quem fez o desenho?


Menina sorriso: _ Sim. :DDD

Eu: _ Ela... desenhou... pés de pinto... no lugar... do nariz... do menino... e disse... que a camiseta não valia 50 centavos... e que ninguém deveria comprar... *fungando e soluçando*


Menina sorriso: _ Hahahahaha :DDD

Coordenadora doida pra ir embora pra casa: _Mas a menina sorriso está arrependida, não está? Peça desculpas à sua coleguinha, querida.


Menina sorriso: _ Desculpa. hihihi :DDD

Eu: Snif, snif...


Coordenadora arrumando as trouxas: Que bom que está tudo resolvido! Tchau, meninas, comportem-se.


E ficou por isso mesmo. Bitch.




Com o passar do tempo, conheci outras pessoas de sorriso vazio que lembravam a minha inimiga platônica de infância. Em algumas o riso constante não denotava maldade, mas aparente ingenuidade. Outras eram assim por necessidade de afirmação (suponho), ou (mais comum em homens) com fito de iludir mocinhas inexperientes. Todos irritantes a seu modo. Uma coisa é certa: em qualquer das hipóteses, a pessoa acaba revelando algum traço de loucura/falsidade. Aconteceu comigo, aconteceu com pessoas próximas, fujam!

É por isso que se me pedirem pra escolher entre conviver com um mal-humorado sincero e um falso simpático, fico com o rabugento.




PS: A segunda vez em que vi minha coleguinha emburrada foi quando ela (que era toda adulta e não brincava mais com brinquedos, vale frisar) ganhou do amigo secreto uma Barbie paraguaia de R$ 1,99, peba ao extremo, com a pintura do rosto artisticamente borrada. Merecia ouvir: "Bela boneca falsa, super combina com você" :DDD

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Citações: Paulo Leminski


Trechos extraídos do @Leminski. Enjoy:


"Sorte no jogo / azar no amor / de que me serve / sorte no amor / se o amor é um jogo / e o jogo não é meu forte, / meu amor?"


"À noite / fantasmas das coisas não ditas / sombras das coisas não feitas / vêm / pé / ante pé / mexer em seus sonhos."


"destino quis que a gente se achasse / na mesma estrofe e na mesma classe / no mesmo verso e na mesma frase"


"Pra que é que eu quero quem chora, / se estou tão bem assim, / e o vazio que vai lá fora / cai macio dentro de mim?"




"Jardim da minha amiga / todo mundo feliz / até a formiga."


"O amor, esse sufoco, / agora há pouco era muito, / agora apenas um sopro / ah, troço de louco, / corações trocando rosas, / e socos."


"Nesta vida, pode-se aprender três coisas de uma criança: estar sempre alegre, nunca ficar inativo e chorar com força por tudo o que se quer."


"Abrindo um antigo caderno / foi que eu descobri / antigamente eu era eterno."


"Amarga mágua o pobre pranto tem, por que cargas-d’água chove tanto e você não vem?"


"Meu coração lá de longe faz sinal que quer voltar. Já no peito trago em bronze: NÃO TEM VAGA NEM LUGAR."


"Um jeito misto de querer isto e aquilo, sem nunca estar tranquilo com aquilo nem com isto."


"Pelos caminhos que ando, um dia vai ser, só não sei quando."


"VAZIO, vazio agudo, ando meio cheio de tudo."

Geração Twitter




É engraçado quando nos sentimos parte de uma geração. Ou melhor, estranho (ao menos pra mim). Até um certo momento, éramos a geração Coca-Cola. Jovens que receberam todas as facilidades de um mundo democrático de mão beijada, cujo único papel na sociedade era consumir. Afinal, levantar da cadeira pra quê? Discutir política de quatro em quatro anos era mais do que suficiente.

Não fugi à regra (e não me orgulho disso). Fui criada a leite com Nescau, vendo Castelo Ra-Tim-Bum e lendo a sessão de celebridades da Veja, quando meu pai assinava (ah, mas quem não assinava?).

E por que eu escrevi que éramos a geração Coca-cola? Porque minha prima de 14 anos que tira fotos de frente pro espelho pra por no álbum do Orkut divulgou a campanha presidencial Marina43, porque pessoas que só usavam a internet para participar de comunidades do tipo "sua inveja faz a minha fama" postaram o vídeo de uma professora falando sobre as mazelas da educação brasileira, porque eu entro no Twitter e vejo todo tipo de gente discutindo a legalização da maconha... Ontem mesmo, milhares - MILHARES! - de jovens da minha cidade foram às ruas protestar pelo impeachment da prefeita, quem diria?

As redes sociais conseguiram uma grande proeza: mobilizar a sociedade, em especial os jovens, em prol de assuntos políticos e sociais.

A pergunta é: de que modo tais meios de comunicação conseguiram fazer o que não se via desde os tempos do rádio e da TV preto-e-branco? A meu ver, a resposta é simples: as redes sociais se alimentam da vaidade humana. Do marketing, pessoal ou não. Foi-se o tempo em que a Internet era utilizada como simples meios de comunicação. As redes sociais são, acima de tudo, meios de exposição pessoal. E hoje não basta ter um álbum com fotos bonitas. Se é tão fácil abrir um site de notícias (ou ler seu micro-resumo em 140 caracteres no Twitter), por que não parecer, além de bonito, inteligente-engajado-politizado? Em tempos de overdose de informações e de redes sociais, pra se destacar é preciso mais que uma foto bonita, e os jovens já se deram conta disso.

É interessante a forma como o papel exercido por essas ferramentas evoluiu. Com o motor, na maioria dos casos, da insegurança, da vaidade e do egocentrismo, o jovem está - paradoxalmente - saindo de uma inércia egocêntrica de anos. E isso é bom.

Só não digo que é excelente, porque não se pode ignorar o seguinte questionamento: as revoluções do jovem tuiteiro fazem barulho, fato, mas com base em que tipo de informação? Quando é puro "oba-oba" e quando não é? Há esclarecimento o suficiente para julgar? O jovem tem força, e é ótimo que ele tenha redescoberto essa força. Mas é imprescindível que ele saiba usá-la corretamente. Com a mesma facilidade que determinado movimento para afastar um político corrupto pode ganhar visibilidade, uma revolução sem fundamentos legítimos pode se propagar.

Não estou criticando nenhum caso em particular, estou apenas registrando observações pessoais, e o receio que sinto quando vejo rapidez - e volatilidade - com que alguns temas se alastram nesse mundo virtual.

Bom, voltando ao ponto de partida, imagino que essa sensação de estranheza por sentir-me parte de uma geração decorra da consciência de que as coisas mudaram e que, pela primeira vez, tenho condições de vivenciá-las e ao mesmo tempo analisá-las. Ou seria porque finalmente estou dentro de uma sociedade em que as pessoas estão conscientes de seu papel, opinando - mesmo que com opiniões vagas (OK, é um começo), e eu não estava acostumada? Talvez seja pelo fato de que assistir a tantas mudanças me dê uma sensação de velhice... Já assisti a uma passagem de gerações, vejam só!

Ah, sem querer ser chata, do contra (zZZzz), clichê etc., mas já sendo: espero que meus futuros filhos sejam sim engajados-politizados-inteligentes (e lindos também, o que não vem ao caso). Mas que também leiam livros e jornais... E que assumam posições sérias, desde que com opinião formada. Ao menos fundamentada. Sim, sou ingênua. Espero que o mundo esteja melhor e que meus futuros filhos sejam melhores que eu, uma assumida personagem da geração Coca-Twitter.

domingo, 22 de maio de 2011

O início



Olá, pessoas!


Nesta primeira postagem sinto-me no dever de fazer uma breve apresentação, nem que seja pra anunciar que este é um blog sem grandes pretensões. Quero utilizá-lo, primeiramente, para registrar minhas impressões a respeito dos vários livros que pretendo ler, bem como dos filmes e seriados que estão na minha extensa listinha. Um blog em que eu possa compartilhar minhas opiniões certamente ajudará a desenvolver minha capacidade de comunicação, e é esse meu maior objetivo. Além disso, há muito tempo a leitura de blogs faz parte do meu dia-a-dia. Se eu conseguir proporcionar alguma utilidade a alguém, assim como os blogs que leio fazem por mim, ficarei muito feliz.

É isso. Prazer, Monique. :)