quarta-feira, 8 de junho de 2011

Música: Train - "Drops Of Jupiter"

Quem costuma se hospedar na Lua e dar umas voltinhas pelo espaço de vez em quando vai gostar desta música:



Drops of Jupiter - Train

Now that she's back in the atmosphere
With drops of jupiter in her hair
She acts like summer and walks like rain
Reminds me that there's a time to change
Since the return of her stay on the moon
She listens like spring and she talks like june
But tell me did you sail across the sun
Did you make it to the milky way
To see the lights all faded
And that heaven is overrated
Tell me, did you fall from a shooting star?
One without a permanent scar
And did you miss me
While you were looking for yourself out there

Now that she's back from that soul vacation
Tracing her way through the constellation
She checks out mozart while she does tae-bo
Reminds me that there's room to grow
Now that she's back in the atmosphere
I'm afraid that she might think of me as
Plain old jane told a story about a man
Who was too afraid to fly so he never did land

But tell me did the wind sweep you off your feet
Did you finally get the chance to dance along the light of day
And head back to the milky way
And tell me did venus blow your mind?
Was it everything you wanted to find?
And did you miss me
While you were looking for yourself out there

Can you imagine, no love, pride, deep fried chicken
Your best friend always stickin up for you
(even when i know you're wrong)?
Can you imagine no first dance
Freeze dried romance
5 hour phone conversation
The best soy latte` that you ever had and...me?

But tell me did the wind sweep you off your feet?
Did you finally get the chance to dance along the light of day
And head back toward the milky way?
Tell me did you sail across the sun?
Did you make it to the milky way to see the lights all faded
And that heaven is overrated?
Tell me did you fall for a shooting star,
One without a permanent scar?
And did you miss me while you were looking for yourself
Nanananananananananananana

And did you finally get the chance to dance along the light of day?
And did you fall for a shooting star?
Fall for a shooting star?
And are you lonely looking for yourself out there?

sábado, 4 de junho de 2011

Livros favoritos de 2011 (até agora)

Uma das metas que estabeleci para 2011 foi ler pelo menos um livro (não jurídico) por mês. Até agora estou conseguindo cumprir direitinho (viva eu!). Quando o tempo tá apertado, eu leio um livro fininho e dá certo. Farei postagens separadas sobre os três que mais gostei até o momento: Queda de Gigantes (Ken Follet), Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil (Leandro Narloch) e A Última Grande Lição (Mitch Albom). Começando por Queda de Gigantes.

Queda de Gigantes é um romance histórico que narra os fatos que mais marcaram o início do Século XX, começando pelas primeiras mobilizações operárias na Inglaterra e pelo Domingo Sangrento na Rússia, até a Revolução Russa e o fim da I Guerra Mundial. Gente, esse livro é uma verdadeira aula de história! São 912 páginas, então se você não tem paciência ou não gosta de história, eu não recomendaria. O romance mistura personagens reais e fictícios, integrantes de vários núcleos que vão se entrelaçando ao longo da narrativa. Operários ingleses, aristocratas, diplomatas, o sonho de liberdade na américa, nobres alemães, a pobreza russa, batalhas... São tantos núcleos diferentes e a história é tão complexa, que eu não me prendi aos personagens e à leitura logo no início, mas quando isso aconteceu a leitura se tornou bastante agradável, principalmente em função do lado romance do livro. Eu me emocionei muito com o amor proibido do casal Walter e Maud, com as batalhas e com o russo Grigori (não vou dar spoilers, mas o coitado passa a maior parte do livro se dando mal). O único contra, na minha opinião, é o fato de o autor em algumas partes relegar a ficção a segundo plano, o que torna a leitura um pouco maçante (quando descreve votações no parlamento inglês, retratando a luta pelos direitos trabalhistas e femininos, por exemplo). Por ser um livro bastante longo e ter muitos núcleos, às vezes eu tinha vontade de pular determinado capítulo e ver logo o que ia acontecer com os meus personagens favoritos. No geral, achei um livro excelente, do tipo que deixa saudades quando acaba. Emocionante e didático ao mesmo tempo. Super recomendo!
Ah, vale dizer este é o primeiro livro de uma trilogia sobre os acontecimentos do Século XX. Os outros dois livros ainda não foram publicados. O próximo será sobre a II Guerra Mundial.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Pessoas sorriso



Nunca fui de cultivar desafetos, raramente detestei pessoas sem motivo. Apesar disso, muito cedo descobri um tipo que definitivamente não me agrada: as pessoas sorriso. Quem nunca conheceu alguém que mais parece uma dessas batatas da foto? Sempre (sempre!) com um sorrisinho vazio no rosto. Não estou falando das pessoas naturalmente alegres, alto-astral. Essas, verdadeiramente simpáticas, se diferenciam do resto pela notável espontaneidade. Tenho o prazer de conhecer algumas pessoas assim e chamá-las de amigos. Alguns podem pensar que se sentir mal com o sorriso alheio é pura inveja, mas, acredite, não é esse o caso. Para ilustrar vou falar sobre a minha primeira experiência com uma pessoa sorriso.


Estava eu na 3a série do primário (naquele tempo era primário mesmo, cês sabem), mosquinha morta como ninguém, quando chegou na turma uma aluna novata, vinda de uma capital próxima. Todos os coleguinhas ficaram curiosos e cercaram a menina, que era sorridente com todos e super comunicativa. Muito madura pra idade e mais inteligente que a média, a novata logo virou uma espécie de líder entre as crianças. Eu fiquei curiosa pra conhecê-la, como os demais, mas desde o início senti que algo não me agradava naquela menina. Com o passar do tempo, percebi nela um traço diferente: ela sorria o tempo todo! Não importava se estava dando bom dia, pedindo pra lhe passarem um lápis, se acertava uma bolada em alguém na educação física, se estava me chamando de feia, furando a fila da cantina... Sempre. O mesmo sorriso para todas as pessoas, em todas as situações. Era estranho. Mas parecia que só eu achava aquilo. Ela vivia rodeada de amigos.

O sorrisinho psicopata nunca engana. Essa doce menina foi a mentora de um dos meus traumas de infância (bullying, para ser exata). Em resumo: meu desenho foi escolhido pra ilustrar a camiseta da feira de ciências, no lugar do desenho do galã-mirim da sala. Foi o primeiro momento em que a vi a menina sorriso raivosa (o segundo eu deixo pra contar no final).

Enfim, a coleguinha meiga fez uma "réplica" do meu desenho no quadro e reuniu as seguidoras para proclamar um boicote à camiseta, pois ela não valia 50 centavos, o boneco que eu havia desenhado tinha nariz de pés de pinto (pior que tinha) e o desenho do Ricardinho* era muito mais lindo. Quando descobri, senti a maior raiva da história de meus 9 anos. Comecei a chorar e, pela primeira vez, fui parar na Coordenação da escola. Foi assim que aconteceu:

Coordenadora "preocupadíssima" com a situação: _ Menina sorriso, é verdade que foi você quem fez o desenho?


Menina sorriso: _ Sim. :DDD

Eu: _ Ela... desenhou... pés de pinto... no lugar... do nariz... do menino... e disse... que a camiseta não valia 50 centavos... e que ninguém deveria comprar... *fungando e soluçando*


Menina sorriso: _ Hahahahaha :DDD

Coordenadora doida pra ir embora pra casa: _Mas a menina sorriso está arrependida, não está? Peça desculpas à sua coleguinha, querida.


Menina sorriso: _ Desculpa. hihihi :DDD

Eu: Snif, snif...


Coordenadora arrumando as trouxas: Que bom que está tudo resolvido! Tchau, meninas, comportem-se.


E ficou por isso mesmo. Bitch.




Com o passar do tempo, conheci outras pessoas de sorriso vazio que lembravam a minha inimiga platônica de infância. Em algumas o riso constante não denotava maldade, mas aparente ingenuidade. Outras eram assim por necessidade de afirmação (suponho), ou (mais comum em homens) com fito de iludir mocinhas inexperientes. Todos irritantes a seu modo. Uma coisa é certa: em qualquer das hipóteses, a pessoa acaba revelando algum traço de loucura/falsidade. Aconteceu comigo, aconteceu com pessoas próximas, fujam!

É por isso que se me pedirem pra escolher entre conviver com um mal-humorado sincero e um falso simpático, fico com o rabugento.




PS: A segunda vez em que vi minha coleguinha emburrada foi quando ela (que era toda adulta e não brincava mais com brinquedos, vale frisar) ganhou do amigo secreto uma Barbie paraguaia de R$ 1,99, peba ao extremo, com a pintura do rosto artisticamente borrada. Merecia ouvir: "Bela boneca falsa, super combina com você" :DDD

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Citações: Paulo Leminski


Trechos extraídos do @Leminski. Enjoy:


"Sorte no jogo / azar no amor / de que me serve / sorte no amor / se o amor é um jogo / e o jogo não é meu forte, / meu amor?"


"À noite / fantasmas das coisas não ditas / sombras das coisas não feitas / vêm / pé / ante pé / mexer em seus sonhos."


"destino quis que a gente se achasse / na mesma estrofe e na mesma classe / no mesmo verso e na mesma frase"


"Pra que é que eu quero quem chora, / se estou tão bem assim, / e o vazio que vai lá fora / cai macio dentro de mim?"




"Jardim da minha amiga / todo mundo feliz / até a formiga."


"O amor, esse sufoco, / agora há pouco era muito, / agora apenas um sopro / ah, troço de louco, / corações trocando rosas, / e socos."


"Nesta vida, pode-se aprender três coisas de uma criança: estar sempre alegre, nunca ficar inativo e chorar com força por tudo o que se quer."


"Abrindo um antigo caderno / foi que eu descobri / antigamente eu era eterno."


"Amarga mágua o pobre pranto tem, por que cargas-d’água chove tanto e você não vem?"


"Meu coração lá de longe faz sinal que quer voltar. Já no peito trago em bronze: NÃO TEM VAGA NEM LUGAR."


"Um jeito misto de querer isto e aquilo, sem nunca estar tranquilo com aquilo nem com isto."


"Pelos caminhos que ando, um dia vai ser, só não sei quando."


"VAZIO, vazio agudo, ando meio cheio de tudo."

Geração Twitter




É engraçado quando nos sentimos parte de uma geração. Ou melhor, estranho (ao menos pra mim). Até um certo momento, éramos a geração Coca-Cola. Jovens que receberam todas as facilidades de um mundo democrático de mão beijada, cujo único papel na sociedade era consumir. Afinal, levantar da cadeira pra quê? Discutir política de quatro em quatro anos era mais do que suficiente.

Não fugi à regra (e não me orgulho disso). Fui criada a leite com Nescau, vendo Castelo Ra-Tim-Bum e lendo a sessão de celebridades da Veja, quando meu pai assinava (ah, mas quem não assinava?).

E por que eu escrevi que éramos a geração Coca-cola? Porque minha prima de 14 anos que tira fotos de frente pro espelho pra por no álbum do Orkut divulgou a campanha presidencial Marina43, porque pessoas que só usavam a internet para participar de comunidades do tipo "sua inveja faz a minha fama" postaram o vídeo de uma professora falando sobre as mazelas da educação brasileira, porque eu entro no Twitter e vejo todo tipo de gente discutindo a legalização da maconha... Ontem mesmo, milhares - MILHARES! - de jovens da minha cidade foram às ruas protestar pelo impeachment da prefeita, quem diria?

As redes sociais conseguiram uma grande proeza: mobilizar a sociedade, em especial os jovens, em prol de assuntos políticos e sociais.

A pergunta é: de que modo tais meios de comunicação conseguiram fazer o que não se via desde os tempos do rádio e da TV preto-e-branco? A meu ver, a resposta é simples: as redes sociais se alimentam da vaidade humana. Do marketing, pessoal ou não. Foi-se o tempo em que a Internet era utilizada como simples meios de comunicação. As redes sociais são, acima de tudo, meios de exposição pessoal. E hoje não basta ter um álbum com fotos bonitas. Se é tão fácil abrir um site de notícias (ou ler seu micro-resumo em 140 caracteres no Twitter), por que não parecer, além de bonito, inteligente-engajado-politizado? Em tempos de overdose de informações e de redes sociais, pra se destacar é preciso mais que uma foto bonita, e os jovens já se deram conta disso.

É interessante a forma como o papel exercido por essas ferramentas evoluiu. Com o motor, na maioria dos casos, da insegurança, da vaidade e do egocentrismo, o jovem está - paradoxalmente - saindo de uma inércia egocêntrica de anos. E isso é bom.

Só não digo que é excelente, porque não se pode ignorar o seguinte questionamento: as revoluções do jovem tuiteiro fazem barulho, fato, mas com base em que tipo de informação? Quando é puro "oba-oba" e quando não é? Há esclarecimento o suficiente para julgar? O jovem tem força, e é ótimo que ele tenha redescoberto essa força. Mas é imprescindível que ele saiba usá-la corretamente. Com a mesma facilidade que determinado movimento para afastar um político corrupto pode ganhar visibilidade, uma revolução sem fundamentos legítimos pode se propagar.

Não estou criticando nenhum caso em particular, estou apenas registrando observações pessoais, e o receio que sinto quando vejo rapidez - e volatilidade - com que alguns temas se alastram nesse mundo virtual.

Bom, voltando ao ponto de partida, imagino que essa sensação de estranheza por sentir-me parte de uma geração decorra da consciência de que as coisas mudaram e que, pela primeira vez, tenho condições de vivenciá-las e ao mesmo tempo analisá-las. Ou seria porque finalmente estou dentro de uma sociedade em que as pessoas estão conscientes de seu papel, opinando - mesmo que com opiniões vagas (OK, é um começo), e eu não estava acostumada? Talvez seja pelo fato de que assistir a tantas mudanças me dê uma sensação de velhice... Já assisti a uma passagem de gerações, vejam só!

Ah, sem querer ser chata, do contra (zZZzz), clichê etc., mas já sendo: espero que meus futuros filhos sejam sim engajados-politizados-inteligentes (e lindos também, o que não vem ao caso). Mas que também leiam livros e jornais... E que assumam posições sérias, desde que com opinião formada. Ao menos fundamentada. Sim, sou ingênua. Espero que o mundo esteja melhor e que meus futuros filhos sejam melhores que eu, uma assumida personagem da geração Coca-Twitter.